terça-feira, 9 de outubro de 2012

Lobo-Ibérico

O lobo-ibérico (Canis lupus signatus) é uma subespécie do lobo-cinzento que ocorre na Península Ibérica. Outrora muito abundante, sua população atual deve rondar os 2000 indivíduos, dos quais cerca de 300 habitam a região norte de Portugal. A subespécie foi descrita pelo cientista espanhol Ángel Cabrera em 1907.
Características
Um pouco menor e esguio que as outras subespécies do lobo-cinzento, os lobos-ibéricos machos medem entre 130 a 180 cm de comprimento, enquanto as fêmeas medem de 130 a 160 cm. A altura ao garrote pode chegar aos 70 cm. Os machos adultos pesam geralmente entre 30 a 40 kg e as fêmeas entre 20 a 35 kg.
A cabeça é grande e maciça, com orelhas triangulares relativamente pequenas e olhos oblíquos de cor amarelada. O focinho tem uma área clara, de cor branco-sujo, ao redor da boca. A pelagem é de coloração heterogênea, que vai do castanho amarelado ao acinzentado mesclado ao negro, particularmente sobre o dorso. Na parte anterior das patas dianteiras possuem uma característica faixa longitudinal negra.

 Reprodução

A época do acasalamento abrange o final do inverno e princípio da primavera (fevereiro a março). Após um período de gestação de 2 meses nascem entre 3 e 8 crias (lobachos), cegas e indefesas. As crias e a mãe permanecem numa área de criação e são alimentadas com comida trazida pelo resto da alcateia.
Por volta de outubro as crias abandonam a área de criação e passam a acompanhar a alcateia nas suas deslocações. Os jovens lobos alcançam a maturidade sexual aos 2 anos de idade. Aos 10 anos já são considerados velhos, mas em cativeiro chegam a viver 17 anos.

 Alimentação

Sua alimentação é muito variada, dependendo da existência ou não de presas selvagens e de vários tipos de pastoreio em cada região. A vida em alcateia permite ao lobo caçar animais bastante maiores que ele próprio.
As suas principais presas são o javali, o corço e o veado, e as presas domésticas mais comuns são a ovelha, a cabra, a galinha, o cavalo e a vaca. Ocasionalmente também mata e come cães e aproveita cadáveres que encontra, isto é, sempre que pode é necrófago.

 Comportamento

O lobo-ibérico vive em alcateia de forte organização hierárquica. O número de animais numa alcateia varia entre os 3 a 10 indivíduos e está composta por um casal reprodutor (casal alfa), um ou mais indivíduos adultos ou subadultos e as crias do ano. A alcateia caça e defende o território em grupo.
Os indivíduos de uma alcateia percorrem uma área vital que varia em tamanho de acordo com as características da região. Em Portugal, as áreas vitais são relativamente pequenas, entre 100 e 300 km². Buscando presas, os lobos podem percorrer entre 20 a 40 km diários dentro do seu território. Essas deslocações ocorrem geralmente à noite.

 Distribuição

Área aproximada de distribuição do lobo-ibérico. As pequenas populações ao sul do Douro em Portugal e no sul da Espanha estão isoladas da grande população ao norte da Península.
Ainda no século XIX o lobo se distribuía por quase todo o território da Península Ibérica. Ao longo do século XX, a caça e a redução do habitat natural causaram sua extinção na maior parte desse território. Atualmente o lobo-ibérico está praticamente restrito ao quadrante noroeste da península.

 Espanha

Em Espanha a área de distribuição do lobo abrange cerca de 100.000 km², ocupando a maior parte da Galiza e grande parte das Astúrias e Cantábria e a metade oeste de Castilla y León, além de pequenas áreas no País Basco. Ao sul é possível a existência de populações isoladas na Sierra Morena.
Acredita-se que a grande população do noroeste esteja em aumento, podendo eventualmente colonizar a região central da Espanha.

 Portugal

Em Portugal a área de distribuição do lobo abrange cerca de 18.000 km² no norte do país. Considera-se que existem duas populações separadas pelo rio Douro:
  • Uma população próspera ao norte do Douro, em uma área montanhosa que ocupa os distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança e pequena parte do distrito do Porto. Essa população abrange cerca de 50 alcateias e é contínua com a grande população do lado espanhol da fronteira. Áreas protegidas portuguesas importantes para a preservação do lobo ao norte do Douro são o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o Parque Natural do Alvão, Serra de Montemuro e o Parque Natural do Douro Internacional.
  • Uma população em declínio ao sul do Douro, distribuída em parte dos distritos de Viseu, Guarda e, talvez, Aveiro e Castelo Branco. Essa população abrange apenas 10 alcateias e encontra-se isolada em relação à população do norte do Douro. Seu futuro é incerto, considerando-se que pode extinguir-se no curto ou médio prazo.

 Conservação

Como em toda a Europa, o lobo é temido pelas pessoas na Península Ibérica desde tempos remotos. A alegada ferocidade do lobo e o roubo de animais de criação levaram à caça sistemática destes canídeos, que tiveram sua área de distribuição geográfica muito reduzida. Enquanto que no início do século XX os lobos ainda se distribuíam por quase todo o território continental português, calcula-se que hoje esses animais ocupem apenas 20% da sua área de distribuição original.
Apesar de a caça ser hoje proibida, o lobo ainda é ameaçado pela destruição da vegetação nativa e a construção de grandes infraestruturas, como autoestradas, que fragmentam os habitats. A diminuição do número de presas naturais do lobo, como o javali, o corço e o veado, levam os lobos a atacar animais domésticos e a entrar em conflito com as populações rurais.
Em Portugal o lobo-ibérico é classificado como espécie "em perigo" (EN), enquanto que em Espanha é classificado como "vulnerável" (VU). A população de Lobos Ibéricos tem vindo a aumentar devido aos esforços de conservação tanto em Portugal como em Espanha.

 Fojos

Na Península Ibérica, chama-se de fojo a vários tipos de armadilhas usados para capturar os lobos desde tempos remotos.[1] As últimas batidas e capturas de lobos em fojos na península ocorreram ainda na segunda metade do século XX.
Os fojos foram comuns no norte da Península Ibérica, e são frequentes na toponímia local. Alguns ainda estão bem-preservados e são importantes testemunhas da relação ancestral e conflituosa entre o homem e o lobo.
Há vários tipos de fojos. Os mais simples consistiam simplesmente de um fosso no chão, disfarçado com vegetação. O lobo era levado à armadilha por uma batida organizada pela população local ou era atraído por um isco vivo colocado dentro do fojo.
Os fojos de cabrita consistiam de um fosso de formato circular reforçado com paredes de pedra. No centro do fosso era colocado um isco vivo, como uma cabrita, para atrair o lobo. Uma vez dentro, o animal não conseguia escapar, devido à altura e formato das paredes de pedra.
Os fojos de paredes convergentes eram as estruturas mais elaboradas. Consistiam de duas longas paredes de pedra, com cerca de 2 metros de altura, que convergiam a um fosso revestido de pedra, que era disfarçado com vegetação. As populações rurais das aldeias vizinhas organizavam batidas, nas quais os lobos em fuga eram conduzidos ao fosso, sendo depois mortos. Os muros dos fojos podiam ser muito longos: os maiores conhecidos chegam a ter mais de 1 km de extensão. A construção dessas estruturas requeria o trabalho intenso das comunidades afectadas pelos lobos.
A maioria dos fojos de paredes convergentes não é usada há mais de 200 anos, mas alguns ainda eram utilizados em Espanha e na região de Peneda-Gerês em Portugal na primeira metade do século XX. A última batida conhecida que utilizou esse tipo de fojo ocorreu em finais da década de 1970 na freguesia do Soajo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Azevinho

Azevinho
Ilex aquifolium
Ilex aquifolium
Classificação científica
Domínio:Eukaryota
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Magnoliopsida
Ordem:Celastrales
Família:Aquifoliaceae
Tribo:Vandeae
Género:Ilex
Carl von Linné 1753
Nome binomial
Ilex aquifolium
( L.. 1753)
Flores de azevinho: masculinas em cima, femininas em baixo.
Azevinho com drupas maduras.
Folhas de azevinho bicolores (variegadas).


   O azevinho (Ilex aquifolium), também chamado azevim, azevinheiro, pau-azevim e sombra-de-azevim, é um arbusto de folha persistente da família das Aquifoliaceae, cultivado normalmente para efeitos ornamentais devido aos seus frutos vermelhos. Estes frutos também são denominados de azevinhos, bagas, azinhas ou enzinhas.
É uma das numerosas espécies do género Ilex e a única que nasce espontaneamente na Europa, sendo bastante comum até os 1 500 metros de altitude.

 

 Folclore

Os ramos cobertos de drupas que persistem durante todo o inverno, contrastando com a folhagem persistente de cor verde-escura, tornam a planta muito procurada por ocasião das festas do Natal (um costume popular que, assim como a antiga árvore de Natal germânica, tem as suas origens na práticas do paganismo pré-cristão da Europa).

 Descrição

O azevinho comum é um arbusto de crescimento muito lento, atingindo em adulto de quatro a seis metros de altura. Alguns pés chegam a formar autênticas árvores. Pode viver 100 anos ou mais.
As folhas alternas, inteiras, possuem um pecíolo curto e um limbo de 5 a 7 cm de comprimento, coriáceo, de forma geral ovalada e bordo ondulado e espinhoso, por vezes liso em indivíduos idosos. De um verde brilhante escuro na face superior, mais claras na face inferior, possuem espinhos afiados. As folha (botânica)s persistem em geral três anos. A casca do tronco é cinzenta clara e lisa. Existem também azevinhos com folha (botânica)s bicolores ou variegadas, geralmente verde e branco ou verde e creme (ver foto ao lado).
É uma espécie dióica (indivíduos masculinos e femininos distintos). Tem flores brancas, de pequena dimensão (cerca de 6 milímetros de diâmetro).

 Toxicidade

Os frutos, que aparecem apenas nas plantas femininas, são pequenas drupas esféricas de 7 a 10 mm de diâmetro, de um vermelho brilhante, por vezes amarelas, quando maduras, contendo quatro grainhas lenhosas. Amadurecem no fim do verão, persistindo durante todo o inverno.
Não são comestíveis, chegando mesmo a serem tóxicos; por isso, certos animais, especialmente certas aves, ocasionalmente consomem ínfimas quantidades destes frutos por pura necessidade. De 20 a 30 bagas podem ser mortais para um adulto. As folhas também são tóxicas.

 Madeira

A madeira é dura e homogénea, bastante pesada (densidade : 0,95), de cor branco-acinzentada. É utilizada na confecção de peças de instrumentos musicais, entre outros. A casca, macerada, é utilizada na confecção de um visco para se capturar aves.

 Distribuição

Espécie nativa das regiões temperadas:
  • Norte de África, desde a Tunísia a Marrocos,
  • Europa ocidental e meridional, desde o Reino Unido e de Portugal até a Albânia e a Roménia,
  • Ásia ocidental, desde a Turquia ao Irão.
Foi introduzida noutros continentes, como América do Norte e Austrália, onde é, por vezes, considerada como uma planta invasiva.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Giesta-Brava

Espécie: Cytisus scoparius
Família: Leguminosae

Cytisus scoparius - Giesteira das Vassouras Cytisus scoparius é nativo em brejos, solos não cultivados e bosques na Europa; é uma planta familiar tanto no estado selvagem como em cultivos. O nome Cytisus vem do grego "kytisos", termo usado antigamente para descrever várias leguminosas lenhosas e scoparius vem do latim "scopa", vassoura.
Cytisus scoparius é um arbusto com ramos verdes e angulosos, apresentando diminutas folhas alternas e trímeras. Na parte superior dos ramos, flores solitárias amarelas, parecidas com as de ervilhas, aparecem na axila das folhas durante o verão. O fruto é uma vagem avermelhada. Toda a planta é tóxica.
A giesteira-das-vassouras cresce nas encostas ensolaradas, na orla das florestas, frequentemente formando matagais.
No entanto, muitas vezes não resiste ao frio no clima centro-europeu. Foi no século passado que as suas virtudes medicinais começaram a ser intensivamente exploradas. Seus usos medicinais estão listados em todos herbários europeus mais antigos, sob denominação de "Planta genista" da qual a Real casa britânica de Plantagenet tirou seu nome.
Cytisus scoparius - Giesteira das Vassouras
Todas as partes da planta têm interesse farmacêutico: flores, cimeiras, sementes, raízes, mas são mais frequentemente colhidas as cimeiras. As partes mais tenras dos caules são cortadas à mão, postas a secar à sombra, cortadas depois em fragmentos mais pequenos. Entre as substâncias activas, a mais importante é o alcalóide esparteína que afecta o coração e nervos de modo semelhante ao "curare". A giesteira-das-vassouras contém igualmente glicosídeos, taninos, óleos essenciais, sucos amargos. É uma erva amarga, narcótica que deprime a respiração, regula a acção do coração e tem efeitos diurético e purgativo.
 A forte toxicidade da planta leva a que raramente seja usada em medicina popular: serve principalmente de matéria-prima que permite isolar as diferentes substâncias activas. Os remédios à base de esparteína são prescritos em casos de perturbações da actividade cardíaca e da circulação sanguínea. Dilatam as coronárias e aumentam a tensão. Outras substâncias tiradas da giesteira-das-vassouras estimulam a actividade dos músculos lisos e do útero, o que é utilizado em obstetrícia. Têm também um efeito fortemente diurético. Excesso causa colapso respiratório.
  Não é recomendado para mulheres grávidas ou pacientes com pressão alta. As doses e a frequência das administrações devem ser determinadas pelo médico.
  As flores amarelas da planta servem de matéria-prima para fabricar um corante. Os ramos secos são utilizados para fazer vassouras (daí o nome vulgar da espécie). Planta sujeita a leis de controle como erva daninha em alguns países.

Nota: Não utilize a Giesta a não ser para fazer as "vassouras".

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Giesta-Branca

A giesta branca, é a única das espécies de giestas, que não tem floração amarela e é das primeiras a florescer, flores essas muito melíferas e belas. Esta espécie encontra-se por todo o Nordeste Transmontano, bem como por toda a metade norte do país, com excepção do litoral.
Para além de embelezarem os montes, com as suas pequenas flores, são utilizadas para fazer vassouras e têm propriedades diuréticas e anti-inflamatórias. São utilizadas contra o excesso de ácido úrico e para o tratamento de infecções urinarias, infecções das vias urinárias, tensão arterial alta e diabetes.
 

Arbusto de giesta branca
 

Sargaço-Branco

(Sargaço-Branco)
O nome parece absurdo para um arbusto que dá flores amarelas, mas o adjectivo branco refere-se ao tom prateado da folhagem; o termo sargaço, por seu turno, é usado para designar várias plantas arbustivas dos géneros Cistus e Halimium. Este (seja então) sargaço-branco, arbusto rasteiro e penugento com flores de 3 a 4 cm de diâmetro, foi fotografado no princípio de Abril numa escarpa na margem esquerda do rio Bestança, em Montemuro, local onde, existe uma população ainda numerosa da espécie.
Pormenor de um ramo com flores da planta vulgarmente designada por Mato-branco ou Sargaço-branco, com o nome científico de Teucrium fruticans L. [ sin. Teucrium fruticans L. subsp. latifolium (L.) P. Silva et Teles e Teucrium fruticans L. var. latifolium (L.) Rouy]. Originária da zona mediterrânica, esta planta é espontânea em algumas regiões de Portugal continental, surgindo, designadamente, em terrenos incultos do Sul e Centro do país. No entanto, também é cultivada e utilizada como planta ornamental.
Classificação: Divisão: Magnoliophyta; Classe: Magnoliopsida; Ordem: Lamiales; Família: Lamiaceae; Género: Teucrium;Espécie: Teucrium fruticans.

Queiró ou Torga



Queiró
Erica umbellata,L
Ordem: Ericales
Família: Ericaceae
Subfamília: Ericoideae
Tribus: Ericeae
Outros nomes Vulgares: Queiroga; Torga;
Habitat: urzais e matos xerofílicos; calcífuga.
Caracterização: Arbusto perenifólios; nanofanerófito ou caméfito lenhoso;
Caule: de 20 a 80 cm, amoitado, denso, com rebentos pubescentes;
Folhas: lineares, subimbrincadas, mais ou menos pubescentes ou glanduloso-celheadas em novas, por fim glabras;
Flores: 3 a 6 dispostas umbelas terminais; pedicelos com 2 a 4 mm, pubescentes, com 2 a 3 bractéolas imediatamente abaixo das sépalas; séalas ovadas, curtamente celheadas; corola purpúrea-rosado-vivo, subglobosa a ovóide-urcelada, com lobos erectos;
Frutos: cápsula loculicida;
Floração: Março a Agosto
Distribuição: Península Ibérica e Noroeste de África;

Urze Branca

Família: Ericáceas

Características: É um arbusto que normalmente tem entre 1 e 5m de altura, mas que pode atingir 7m de altura.

Tronco: Tem muitos ramos lenhosos, vilosos e erectos, sendo os raminhos superiores lanosos, brancos e macios. Madeira rija, compacta e dum castanho escuro, mas cia fendas com facilidade, sendo por isso pouco usada na marcenaria.


Caules: Grossos, dando excelentes bordões e paus de rede

Folhas: As folhas são verticiladas (reunião de folhas, flores, de ramos em volta dfo mesmo ponto de uma haste), muito pequenas, lineares, aciculares e agrupadas em verticilos de ¾, com margem de cor verde escura, Ramos pubescentes, de pêlos ásperos ao tacto.

Flores: o fruto é capsular, quadricular. Produzem-se em grande número formando uma grande partícula piramidal, são de cor branca.

Ocorrência: A urze branca distribui-se pelo norte, centro e sudeste do país e por toda a região mediterrânea, excepto no extremo oriental.

Habitat: Vive em matas e em sítios frescos, próximo de cursos de água, em bosques de árvores perenes e em solos ácidos. De uma forma ampla em torno da região mediterrânea. No continente encontra-se em quase todas as regiões mais frequentemente na região do norte e ocidental.

Descrição: Arbusto de grande porte e lenhoso, com os ramos floríferos curtos e densos; corola pequena (2,5 a 3,5mm), campanulada, branca; ramos lanuginosos, com pêlos plumosos ou ramosos. Esta é um arbusto muito ramificado que pode medir cerca de 1 a 4 metros. Tem os ramos pequenos esbranquiçados por estar densamente coberta de pêlos, os caules quando se observam com uma lupa vê-se que estão cobertos de picos.

Floração: desde Fevereiro a Março, até Julho ou Agosto, conforme a localidade.

Criação: Nos bosques com bastante luz e frescos com solos ausentes de cal. Preferem os bosques com solo fresco e um pouco húmido.

Atentados á espécie : Esta Urze Branca tem uma madeira muito dura e pesada com uma bela cor encarnada, muito boa como combustível e para obtenção de carvão.
 
Arbusto de Urze Branca

Urze Vermelha

     Descrição
 A urze vermelha é um arbusto muito ramoso, direito, que pode medir até 1,5 m, ou um pouco mais alta, com ramos jovens que formam uma copa, folhas lineares, obtusas, de 3,5 a 6 mm, com a margem virada até fechar por completo, a página inferior, a principio um pouco rugosos e logo depois lisas e de uma cor verde lusteroso. Têm um pé de folha muito curto, engrossado na base, que se dispõem em verticilios de 1 a 4.
As flores formam hacecilos apertados na terminação das ramas, em número de 4 a 8, com um penduculo muito curto, todas viradas para o mesmo lado e um pouco cabisbaixas.
O cálice com as sépalas de forma oval e um pouco membranosas na extremidade e umas brácteas (distintas das folhas, estão próximas da flor) lanceoladas (em forma de lança) que a rodeiam, têm com frequência uma coloração púrpura e em forma de pestana na margem.
A corola mede de 6 a 9 mm, sendo de um rosa mais ou menos intenso, quase tubular e um pouco curva, dilatada no ápice, com quatro lóbulos de forma oval e pouco profundos.
Os estames são juntos ou muito pouco assomados, com dois apêndices mais ou menos deflecados na base das anteras. Do tipo saído, o carpelo apresenta estigma; cápsula subglobosa, coberta de pêlos sedosos.

   Floração
Na Primavera e no Verão começando nas localidades quente, logo em Fevereiro; em certas regiões encontram-se em flor quase todo o ano.

  Criação
 Nos tojais com estevas e bosques com bastante luz sobre solos desprovidos de cal e em regiões sem uma estação seca forte; ascende em algumas das suas raças (variedade aragonesis) até aos 2 Km de altitude e suporta frio intenso. Os seus matos representam fácies degradados de faiais, carvalhais ou azinhais húmidos.

   Habitat
 Na península Ibérica e norte de África. Na península Ibérica estende-se pelo norte, centro e parte Ocidental, chegando até Aragão e alcançando o seu limite oriental na serranía de Cuenca ( Serra de Valdemeca).

  Atentados á espécie
 É uma planta muito variável no qual se há descrito várias variedades; a mais notável Erica aragonesis Willk que corresponde às povoações da metade norte da Península Ibérica, folhas mais curtas, flores mais pequenas (6 a 7 mm e às vezes de 7 a 9mm) pouco ou nada dilatadas no ápice, do tipo muito saído e apêndices das antenas deflecados geralmente só em um dos seus lado; nenhuma destas características é muito constante, pelo que só se pode considerar como variedade, ou sub - espécie da Erica australis.
Tal como outras urzes têm-se cultivado como plantas ornamentais principalmente pela sua floração. É tão abundante que muitas vezes forma tojais tão extensos que são utilizados frequentemente como lenha e as suas flores são muito visitadas pelas abelhas, sendo a primeira das espécies que mais contribui para o mel de urze. Têm-se comprovado que os seus restos vegetais, tal como na urze branca, dificulta e inibe o crescimento de outras plantas, o que permite competir com vantagem frente as suas companheiras de tojal.
As flores formam pêndulos apertados na terminação dos ramos.
Apresentam a corola rosa mais ou menos intensa.
Florescem na primavera e no verão, nas localidades quentes antes de acabar o inverno. E há ocasiões que se encontram com flor todo o ano.
Florescem com todos os raminhos de varias flores, que aparecem mais extremas dos ramos.
Da raiz obtém-se a melhor madeira para confeccionar cachimbo, e um excelente carvão.
Planta bastante abundante e utilizada com a lenha, as suas flores são mito utilizadas pelas abelhas.
Dá-se em florestas com bastante luz.
Suportam intensos frios.
Nas zonas desfavoráveis à agricultura encontram-se áreas de mato onde predominam arbustos como a Érica australis.
Arbusto de urze vermelha

Tojo

Ulex_europaeus (Tojo)


   O Tojo é um arbusto de 1 a 3 m. de altura, com ramos espessos, ereto e todo recoberto de espinhos. Destaca-se por suas grandes e belas flores amarelas presentes na maior parte do ano.
Suas vagens ovais possuem de 4 a 6 sementes que podem ser facilmente dispersadas pela ação dos ventos a qual garante uma reprodução rápida, sua propagação pode ocorrer também por brotação das touceiras roçadas ou arrancadas sem a remoção das raízes.
Ainda jovens, as plantas desenvolvem raízes vigorosas, tornando-as aptas a dominarem ambientes degradados com rapidez. Aprecia climas mais frios, enquanto jovem é muito sensível à geadas, mas com o passar dos anos ela se torna mais resistente. Não sobrevive em elevadas altitudes com temperaturas muito altas, muito baixas ou em terras áridas.
Seu melhor desenvolvimento acontece em terrenos bem drenados, portanto a temperatura, bem como o foto período, são fatores limitantes para sua distribuição o que possibilita seu controle.
Esta bela planta é considerada uma espécie invasora e merece atenção especial para evitar problemas maiores.

sábado, 23 de junho de 2012

Freixo

Freixo
Fraxinus excelsior em Houyet, na Bélgica
Fraxinus excelsior em Houyet, na Bélgica
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Magnoliopsida
Ordem:Lamiales
Família:Oleaceae
Género:Fraxinus
Espécie:F. excelsior
Nome binomial
Fraxinus excelsior
O freixo (Fraxinus excelsior) é uma árvore da família das Oleáceas, a mesma família a que pertence a oliveira. É uma árvore de solos frescos e profundos, de porte médio, que pode atingir cerca de 25 metros de altura. A casca tem sulcos profundos, verticais e é castanha escura acinzentada. As folhas são verdes. As flores, que não têm cálice nem corola, são em cachos, pendentes e surgem antes do aparecimento das folhas.

 

Uso medicinal

As folhas podem ser utilizadas em forma de chá, com muito bom gosto ao paladar e que é muito diurético, pode combater os sintomas da gota e do reumatismo, assim como é utilizada para auxiliar nos problemas de obstipação e regular o colesterol. A casca é utilizada para combater a febre e pode auxiliar na cicatrização de feridas.

 Uso na música

A madeira é dura, densa, pesada, porosa, de som estridente. É muito rica em agudos. Foi usada nas primeiras guitarras modelo Stratocaster e Telecaster. Atualmente é usado nos modelos mais caros da Fender. Utilizada em guitarras por Albert Collins e Buddy Guy, entre outros.

 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Salgueiro

Salgueiro
Salgueiro
Salgueiro-chorão
Salgueiro-chorão
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Magnoliopsida
Ordem:Malpighiales
Família:Salicaceae
Género:Salix

 

 
Salgueiro, chorão, sinceiro, vime, vimeiro e salso são os nomes comuns das plantas do género Salix, na família Salicaceae. É um género com perto de 400 espécies distribuídas em climas temperados e frios. Terão aparecido apenas na Era terciária. Inclui plantas de porte muito diverso desde arbustos e pequenas plantas rastejantes, até árvores de porte considerável, geralmente em solos húmidos. Nos parques e jardins, é muito comum o salgueiro-chorão (Salix x chrysocoma, Dode), árvore de ramos longos e pendentes que é um híbrido de salgueiro-branco (Salix alba, L.), muito comum na Europa, com uma espécie oriental (Salix babylonica, L.).
Em Portugal, além do salgueiro-branco, existem outras espécies de salgueiro nativas como o salgueiro-negro (Salix atrocinerea, Brot.).

 

Etimologia

O nome latino Salix, ìcis ('salgueiro') é um antigo panromânico  - confiram-se as formas salcio (italiano), sauce (francês), salze (catalão), sauce (espanhol), sinceiro (portugês). "Salgueiro" vem do termo latino salicariu. "Sinceiro" vem do termo latino salice, "salgueiro". "Vime" e "vimeiro" vêm do termo latino vimen.

Ambiente

Desde sempre que o seu potencial ornamental tem sido valorizado pelo ser humano. Na China, tem também sido cultivado com finalidade de proteger áreas agrícolas, como no deserto do Gobi, onde serve de barreira aos ventos do deserto.
Tem sido utilizado, experimentalmente, para recuperar águas poluídas devido à sua capacidade para absorver e transformar poluentes em matéria orgânica.

Manufatura

A partir dos seus ramos, preparam-se os vimes que tanta importância tiveram tradicionalmente na cestaria e na produção de mobiliário artesanal.

Religião

Já na Bíblia mencionada como uma árvore ribeirinha ( Salmos 137), o salgueiro sempre teve um impacto nas culturas que cresceram em zonas com mata ripícola. Tem grande importância nos rituais judeus da festa das cabanas (Sukkot). De acordo com a lei bíblica (Lev. 23:40), cada judeu tem que juntar quatro espécies da natureza, amarrá-las juntas e abençoá-las. O salgueiro é uma delas. O salgueiro, de acordo com a lei oral do judaísmo, não tem nem cheiro nem gosto e simboliza as pessoas ignorantes e pecadoras do povo de Israel.

Medicina

A casca do tronco pode ser usada para produção da aspirina; é aliás do nome latino do salgueiro, Salix, que deriva o nome do ácido acetilsalicílico.

O salgueiro na cultura

Na mitologia romana, o salgueiro era uma árvore consagrada à deusa Juno e tinha propriedades para deter qualquer hemorragia e evitar o aborto.
Na China, era símbolo da imortalidade porque cresce ainda que seja plantada ao contrário. Ainda hoje, na China, decoram-se as portas das casas com folhas de salgueiro, durante o solstício de verão. Para alcançar a imortalidade os ataúdes cobriam-se de folhas de salgueiro. Ainda hoje, nas cerimónias fúnebres, o ataúde vai acompanhado de um ramo de salgueiro com bandeirinhas penduradas. Chama-se Lieu-tsing, ou "bandeira de salgueiro". Os imperadores ofereciam, aos seus cortesãos, durante o dia de Changki, ramas de salgueiro e diziam estas palavras: "Levai-as para evitar os miasmas envenenados ou as pestilências". Atribuíam-lhe, entre outras faculdades, a de curar as chagas (fervendo as folhas na água).

Doenças

Introduzido em diversas áreas em redor do globo é, contudo, uma espécie susceptível de adquirir diversas doenças das plantas, como a antracnose do salgueiro, causada pelo fungo Marssonina salicicola, especialmente em climas mais úmidos da Europa e América do Norte.

sábado, 9 de junho de 2012

Amieiro

Amieiro
Amieiro
Alnus glutinosa m.jpg
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Magnoliopsida
Ordem:Fagales
Família:Betulaceae
Género:Alnus
Espécie:A. glutinosa
Nome binomial
Alnus glutinosa
O amieiro (Alnus glutinosa), é uma árvore ripícola mediterrânica, sendo a mais frequendo género em Portugal.Na América, encontra-se principalmente na região sul dos Andes, e especialmente no Chile.A sua época de florecimento é entre 18 de Março e 14 de Abril.
A sua madeira, de baixa densidade e resistente à água, é muito utilizada na construção de corpos de guitarras sólidas. O amieiro tem como característica sonora um som mais aveludado, com um grave bastante profundo. Possui um timbre caracteristicamente mais agudo, alta velocidade de propagação do som, e boa sustentação. A Ibanez é uma das principais marcas de guitarras a utilizar o amieiro em seus produtos, tal como a Ibanez Jem 7Wh consagrada pelo mestre Steve Vai.


  •  Botânica

Castanheiro


Castanheiro
Illustration Castanea sativa0.jpg
Classificação científica
Reino:               Plantae
Clado:angiospérmicas
Clado:eudicotiledóneas
Clado:rosídeas
Ordem:Fagales
Família:Fagaceae
Género:Castanea
Espécie:C. sativa



Nome binomial
Castanea sativa
Castanheiro, castanheira, castanheiro-bravo, castanheira-portuguesa (no Brasil), castinheiro ou castiro (na Galiza) (Castanea sativa) é uma árvore de grande porte, muito abundante no interior norte e centro de Portugal, cujo fruto (ouriço) contém a castanha, que formou, juntamente com o trigo, cevada e centeio, a base da alimentação em Portugal até ao século XVII. No sul é rara, apenas aparecendo em áreas muito elevadas como a Serra de Montemuro (Viseu).
O castanheiro produz também madeira de excelente qualidade, o castanho, muito usada no passado na construção em Portugal, nomeadamente na região norte do país. É ainda hoje muito utilizada em mobília e decoração interior. Desde tempos remotos que é conhecida na Península Ibérica.
Alberto Sampaio, referindo-se à alimentação do camponês nortenho na Idade Média, diz: «Os frutos, sobretudo as castanhas, encontravam-se num dia ou noutro na mesa do lavrador». As castanhas menores e tocadas pelos bichos serviam de ração para porcos. A partir da Idade Média, a introdução do pinheiro-bravo (Pinus pinaster) foi um dos grandes responsáveis pelo recuo desta espécie, bem como do carvalho. Mais tarde, a introdução do milho e da batata fizeram a castanha perder a importância que tinha na alimentação da população.
Hoje, a castanha está intimamente ligada às comemorações de São Martinho e ao Magusto, sendo consumida durante o outono, normalmente assada ou cozida. Apesar de a planta se do:
 encontrar em declínio, devido à concorrência de outras espécies florestais, à doença da tinta e ao abandono dos campos, o seu fruto ainda é uma exportação agrícola portuguesa importante (aproximadamente 4% da produção mundial).
Atualmente os concelhos de Vila Pouca de Aguiar e Valpaços no Distrito de Vila Real são os maiores produtores de castanha, e embora este fruto não seja, nos dias de hoje, a base da alimentação da população transmontana, é uma enorme fonte de rendimento em termos monetários, visto que o seu preço atinje muitas vezes valores superiores a 2,50 €uros por kilo.

Cultivares

Produzem-se diferentes cultivares de Castanea sativa, entre outros:
  • Amarelal
  • Aveleira
  • Bária
  • Branca
  • Courelã
  • Colarinha
  • Cota
  • Judia
  • Lada
  • Longal
  • Martaínha
  • Negral
  • Pressa
  • Portelão
  • Rebordã
  • Verdeal
  • Vermelhal
  • Vilachã





Carvalho-Vermelho

Carvalho-roble
Um carvalho-vermelho
Um carvalho-vermelho
Classificação científica
Reino:Plantae
Clado:angiospérmicas
Clado:eudicotiledóneas
Clado:rosídeas
Ordem:Fagales
Família:Fagaceae
Género:Quercus
Espécie:Q. robur
Nome binomial
Quercus robur
 O carvalho-vermelho, carvalho-roble ou carvalho-alvarinho (Quercus robur) é uma árvore de grande porte, de folha caduca, pertencente à família Fagaceae (ordem Fagales). Esta espécie foi no passado a árvore dominante nas florestas portuguesas do Minho, Douro Litoral e Beiras.

Características fisionómicas

O carvalho-vermelho é uma árvore de grande porte, que atinge 30 a 40 metros de altura e que tem um tempo de vida entre 500 a 1000 anos. Esta espécie possui copa redonda e extensa em árvores adultas, e contorno oval piramidal em indivíduos jovens. O tronco do carvalho-vermelho é forte, direito e alto, a partir do qual partem ramos vigorosos ao acaso. O tronco possui também uma casca (ritidoma) lisa e acinzentada, quando nova, ou grossa, castanha e escamosa em árvores adultas.

Folhas e bolotas do carvalho-vermelho

  As suas folhas são caducas, membranáceas e pequenas, com 5 a 18 cm de comprimento, sendo geralmente mais largas na parte superior. Com 3 a 7 pares de lóbulos redondos, possuem um pecíolo (pé da folha) com 2 – 12 mm de comprimento. Elas permanecem com um verde forte ao longo do Outono antes de se tornarem castanhas persistindo na árvore até ao Inverno.
As flores do carvalho-vermelho florescem em Maio a partir dos 80 anos de idade. O carvalho-vermelho possui bolotas de maturação anual com 1,5 a 4 cm de comprimento. As bolotas a princípio têm um tom claro ficando castanhas à medida que amadurecem, e na sua fase verde são pardas e com riscas longitudinais escuras.

Características ecológicas

O carvalho vermelho é uma espécie bem adaptada aos climas temperados húmidos, que apresenta grande resistência ao frio. Esta espécie prefere os terrenos siliciosos, argilosos frescos e úmidos, ricos em nutrientes.

 Distribuição geográfica

O carvalho-vermelho ou roble é nativo da Eurásia e encontra-se por toda a Europa entre os 40º e 60º de latitude norte, com menos frequência no norte de África, noroeste da Rússia, e extremo norte da Europa, onde as condições meteorológicas não são muito favoráveis.

 Utilização

A madeira do carvalho vermelho é utilizada de muitas formas desde suporte de vinha de enforcado em Portugal na zona do Minho passando pelo mobiliário, barris, construção naval, ferramentas, artesanato, construção de casas e até combustível (carvão vegetal). Além destas utilizações, as bolotas servem de alimento para animais.Esta espécie é também muito utilizada como árvore de sombra em muitos parques e jardins.

 Propagação

Propaga-se por semente, sendo as bolotas plantadas cedo até atingirem a maturidade e deixadas no Inverno.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Pinheiro-Bravo

Pinheiro-bravo
Pinus pinaster com apenas 7 anos.
Pinus pinaster com apenas 7 anos.

Estado de conservação
Status iucn2.3 LC pt.svg
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Pinophyta
Classe:Pinopsida
Ordem:Pinales
Família:Pinaceae
Género:Pinus
Espécie:P. pinaster

Nome binomial
Pinus pinaster
O pinheiro-bravo (Pinus pinaster) é uma espécie de pinheiro originária do Velho Mundo, mais precisamente da região da Europa e Mediterrâneo.

 

 Morfologia

É uma árvore média, alcançando entre 20 a 35 metros. A copa das árvores jovens é piramidal, e nas adultas é arredondada. O tronco está coberto por uma casca espessa, rugosa, de cor castanho-avermelhada e profundamente fendida. A sub-espécie mediterrânica tende a possuir casca mais espessa, que pode ocupar mais de metade da secção do tronco. As suas folhas são folhas persistentes, em forma de agulhas agrupadas aos pares, com 10 a 25 centímetros de comprimento. Tem uma ramificação verticilada, densa, os ramos quando são jovens são muito espaçados e amplos.
Tem floração monóica, ou seja as flores masculinas e femininas estão reunidas num mesmo pé. As suas flores masculinas estão dispostas em inflorescências douradas, com forma de espiga, agrupadas lateralmente nos ramos longo do terço inferior dos raminhos novos; e as flores femininas estão dispostas em inflorescências terminais. A sua floração começa em Fevereiro e acaba em Março.
As pinhas ou cones, com entre 8 a 22 cm de comprimento por 5 a 8 cm de largura, simétricas ou quase simétricas, são castanhas claras e brilhantes quando maduras. Amadurecem no final do Verão do segundo ano e libertam numerosas sementes com uma asa, vulgarmente designada por pinhão.

 Localização e distribuição

É originária do Sudoeste da Europa e Norte de África. Tem uma distribuição muito espalhada pela bacia mediterrânica, localiza-se nos litorais atlânticos da Península Ibérica e de França.

Flores masculinas

 Em Portugal era primitivamente uma espécie espontânea na faixa costeira sobre solos arenosos a norte do Tejo, onde encontra as condições fitoclimáticas ideais: humidade atmosférica e influência atlântica, mas actualmente, devido à acção do homem está presente por todo o País, existindo abundantes localizado nos extremos no Norte e Centro (distritos de Viseu, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Santarém), que com uma superfície de 812 000 hectares plantados, representam 62,5% da área total do pinheiro em Portugal; penetra até Trás-os-Montes e Beiras, e na faixa litoral desde o Minho até à Península de Setúbal.
Na Ilha da Madeira, o pinheiro-bravo representa 70% da área plantada.

Utilização em Portugal

Essência florestal de grande interesse económico foi abundantemente plantada pois proporciona uma grande produção de madeira, protege contra o vento, e devido ao seu enraizamento radical aprumado e profundo como fixador de dunas, além de permitir a recuperação de solos pobres e erosionados. A madeira, resinosa, clara, avermelhada ou castanho-avermelhado, com abundantes nós é durável, pesada e pouco flexível, então é utilizada em mobiliário, postes, cofragem, caixotaria, aglomerados, carpintaria, construção naval, combustível e celulose. Extrai-se a resina, para ser usada na indústria de tintas, vernizes e aguarrás. A casca do tronco é rica em tanino e é usada no curtimento de peles.
Actualmente, o Pinheiro representa cerca de 40% da área florestal, ou seja 1 300 000 hectares em todo o País, quer em povoamentos puros, quer em mistos dominantes. Todavia, exige-se hoje uma gestão mais cuidada do pinhal, a fim de garantir um melhor rendimento de exploração.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Cinfães

Coordenadas:41º 4' N 8º 5' O
Cinfães
Brasão de CinfãesBandeira de Cinfães
BrasãoBandeira
Localização de Cinfães
GentílicoCinfanense
Área241,71 km²
População20 427 hab. (2011)
Densidade populacional84,51 hab./km²
N.º de freguesias17
Presidente da
Câmara Municipal
José Manuel Pereira Pinto
Fundação do município
(ou foral)
1513
Região (NUTS II)Norte
Sub-região (NUTS III)Tâmega
DistritoViseu
Antiga provínciaDouro Litoral
OragoSão João Baptista
Feriado municipal24 de Junho
Código postal4690
Endereço dos
Paços do Concelho
Largo dos Paços do Concelho, 4690-030 Cinfães
Sítio oficialhttp://www.cm-cinfaes.pt
Endereço de
correio electrónico
geral@cm-cinfaes.pt, turismo@cm-cinfaes.pt
Cinfães é uma Vila portuguesa no Distrito de Viseu, Região Norte e sub-região do Tâmega, com cerca de 3 300 habitantes.
É sede de um Município com 241,71 km² de área e 20 427 habitantes (2011), subdividido em 17 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Marco de Canaveses e Baião, a leste por Resende, a sul por Castro Daire e Arouca e a oeste por Castelo de Paiva. Sua história está ligada aos Cavaleiros Templários,que aqui possuiram fortalezas, como a Torre da Chã ou a torre dos Pintos; e também a história da infância de El-Rei D. Afonso Henriques e seu aio Egas Moniz. Possui um importante património edificado, destacando-se as igrejas românicas, como a Igreja de São Cristóvão de Nogueira; a Igreja da Senhora de Cales ou Cádiz, entre muitas outras.

 

História

A chegada dos Romanos - Cinfães
 
Vestígios Arqueológicos - Cinfães

  Com raízes na pré-história, a evidência populacional de Cinfães tem por base o período pré-celta do Paleolítico (época da pedra lascada), com povos nómadas de origem africana: capsenses e berberes, que se espalharam pela Ibéria e deixaram vestígios de valor na área do município. Pelos séculos IX e VIII a.C., dá-se a primeira ocupação celta de cuja mistura com povos assentes, resultam os lusitanos da idade do ferro, que se deslocam para as montanhas a fim de se fixarem em posições estratégicas de protecção às constantes invasões.
É nestas encostas do concelho que ainda hoje se encontram os inúmeros castros seculares de origem megalítica.
No século VI a.C., com o rio Douro como rota comercial para o mercado grego, chegam os hispânicos que, pela vantagem comercial do rio, rapidamente perderam o território para os romanos. É nesta fase que crescem os primeiros povoados em forma de vilas e cidades, todos interligados por estradas e pontes medievais que ainda hoje se encontram em bom estado de conservação no concelho.
É no ano de 409 d.C., que surgem os novos bárbaros, suevos, alanos e vândalos, e em 456, iniciam as guerras com os visigodos que têm por objectivo a tomada do território Ibérico. Também em 711 aparecem alguns vestígios árabes que apenas alteram definições de toponímia – pelo que se acredita não ter havido interesse na tomada da região.
A história alti-medieval documentada reporta-se ao século X como ponto alto da cronologia de Cinfães, tendo como elemento mais importante Santiago de Piães. Foi nesta povoação de linhas medievais características que D. Afonso Henriques viveu parte da sua juventude, tendo recebido uma educação cuidada e estratégica pelo seu aio: D. Egas Moniz. Pela marca do território na sua vida, Afonso Henriques acaba por deixar parte dos seus bens à Herdade Real de Tarouquela – freguesia de Cinfães.
Dos seguintes pontos importantes, sublinham-se as inquirições de D. Afonso III (1258) e D. Diniz (1288), e o Foral entregue por D. Manuel I em Lisboa, em 1 de Maio de 1513. A comarca de Cinfães foi mais tarde criada por decreto de 24 de Outubro de 1855 com as freguesias do seu concelho e as de Sanfins da Beira – então extinto.
Das personagens cinfanenses distinguidas ao longo dos tempos, a que mais se destacou na história nacional foi Serpa Pinto – natural de Tendais. Militar de carreira, foi escolhido para liderar uma expedição científica a África, que teria como objectivo atravessar o Continente Africano desde o Atlântico até ao Índico – que superou com o maior sucesso europeu, tendo sido reconhecido pelo seu valor para a sociedade geográfica e respectivo conhecimento/cartografia do território até então por descobrir.
   Geografia
A área do concelho de Cinfães tem uma configuração trapezoidal com cerca de 238 Km2, delimitados pelos rios Douro (a norte), Paiva (a poente) e Cabrum (a nascente), e a cordilheira da Serra de Montemuro delimita toda a sua extensão a Sul.
Relativamente às classificações de Unidade Territorial, Cinfães faz parte da NUT III do Tâmega, onde tem fronteira com os municípios de Baião e Marco de Canaveses (a norte), Resende (a leste), Castro Daire (a sul), Arouca (a sudoeste) e Castelo de Paiva (a oeste). O município de Cinfães, com limites definidos pelo Decreto de 24 de Outubro de 1855, comporta 17 freguesias, com superfícies compreendidas entre os 5,81 e os 38,48 km. Em termos de área por freguesia verificam-se alguns contrastes, sendo disso exemplo o caso de Nespereira que possui uma área cerca de sete vezes maior que a freguesia de Espadanedo.

  Rede Hidrográfica

Rio Bestança - Cinfães

O concelho de Cinfães é atravessado por vários cursos de água. Vindo da serra da Lapa, o Rio Paiva corre em vale meandrizado. A Este temos o Rio Cabrum, com orientação NWW/SSE, sofrendo um pequeno desvio para Norte, já na parte final do seu vale. Nasce nas proximidades da serra de Montemuro e vai desaguar no rio Douro, na região de Oliveira do Douro. Quase perpendicular ao Rio Douro e com um traçado rectilíneo, orientado segundo o rumo NNW -SSE, corre o Rio Bestança, o maior rio exclusivamente Cinfanense.
Os cursos de água, mercê do clima húmido que a barreira de condensação da Serra de Montemuro lhes proporciona, têm água ao longo de todo o ano. O facto dos leitos dos rios serem na sua maior parte bastante inclinados confere-lhes um regime torrencial, particularmente na época mais chuvosa, sendo os seus caudais mais reduzidos no verão.
Trata-se de uma rede hidrográfica densa, com um traçado rígido, onde predominam duas direcções (NNE/SSW e NW/SE). Deve-se ainda salientar o aproveitamento hidroeléctrico de alguns destes cursos, nomeadamente do Rio Cabrum e do Rio Douro, onde está construída uma das mais imponentes barragens do Douro internacional - a Barragem do Carrapatelo.

Geomorfologia

Serra de Montemuro - Cinfães

Área montanhosa e acidentada com relevo vigoroso e vales profundos e encaixados. O grande elemento morfológico da paisagem é a Serra de Montemuro, de constituição essencialmente granítica. Os blocos de granito de inúmeras formas, destacados da superfície, pelo gelo e degelo, pela acção mecânica das abundantes águas correntes e outros agentes erosivos, caracterizam a aspereza da paisagem do topo da montanha.
Esta serra tem uma configuração nitidamente dissimétrica na direcção norte - sul, sugerindo um balançamento da montanha para o Douro. O relevo contrastado do concelho é constituído por vertentes muito inclinadas, topos aplanados e rechãs alcandoradas sobre os vales. Observam-se diversos níveis de aplanamento, sendo mais destacados os do lado oriental da serra. Podem-se mesmo distinguir diferentes níveis de aplanamento: Cimeiros - a altitudes que rondam os 1350m. O seu ponto mais elevado situa-se a 1382m - o Talegre. Daqui se usufrui uma vasta paisagem de extraordinária beleza avistando-se as serras de São Macário, Caramulo, Estrela, as cristas de Leonil, da Sr.ª da Lapa e do Pisco.
Intermédios - constituídos por patamares localizados a 900-1000m de altitude.
Inferiores - a 500-600m de altitude, formados por rechãs que aparecem na margem do rio Cabrum e ao longo do vale do rio Bestança.
A vertente norte da Serra de Montemuro tem um declive da ordem dos 6 a 7% antes de atingir o vale do Douro, cujas vertentes se iniciam por volta dos 500m. A vertente sul é mais íngreme, primando quase pela ausência de patamares, entre o cimo e o vale do Paiva. O declive atinge valores médios na ordem dos 18%.

 Hipsometria

Rio Douro (Porto Antigo) - Cinfães

O concelho de Cinfães é uma área serrana. Os seus dois grandes traços morfológicos são o volumoso maciço montanhoso que compõe a Serra de Montemuro, cujo cume atinge os 1382 metros e o vale do Douro que limita o concelho a norte. Dispostos de Oeste para Este localizam-se ainda os vales do Paiva, do ribeiro de Piães, do ribeiro de Sampaio, do Bestança e do Cabrum. O Rio Douro corre de Este para Oeste num vale amplo e de vertentes muito inclinadas em que o desnível pode atingir os 600 m. A Este abre-se o vale do Rio Paiva, com uma direcção NW/SE, inflectindo para uma direcção N/S antes de desaguar no Rio Douro. Trata-se de um vale amplo em forma de fundo de barco, com vertentes que descem gradualmente de 600 a 300-350 metros de altitude, cujo traçado meandrizado e o forte declive longitudinal conferem grande velocidade à circulação das águas do Paiva. Os vales de Santiago de Piães e o de São Cristóvão de Nogueira, drenados pelos ribeiros de Piães e de Sampaio, respectivamente, são pronunciados, pouco encaixados, seccionando as elevações alinhadas de NE/SW, de topo aplanado e alongados longitudinalmente (Castro Daire, 721 m e Gia, 800m) . Com uma direcção NNE/SSW, corre o Rio Bestança. O seu vale apertado, rectilíneo e profundo, apresenta desníveis 300-400m, com uma extensão de cerca de 15 km. Paralelamente a este vale, surge o vale do Cabrum com uma orientação semelhante à do Bestança. Observa-se um contraste entre áreas ribeirinhas junto ao Douro e ao Paiva onde predominam os fundos dos vales com menos de 50 metros e o interior do concelho com áreas serranas acima dos 1000 metros. Nota-se um escalonamento das elevações à medida que se caminha para SE, com aumento de altitude, culminando na parte mais alta da Serra de Montemuro. As duas grandes tendências que o relevo apresenta são, o progressivo aumento da altitude das margens do Douro para o interior e o escalonamento das elevações, sensivelmente de W para E.
A forte inclinação desde a serra até ao rio, e os afluentes que aí foram marcando os seus cursos, determinam um elevado número de encostas e vales que condicionam a lavoura desde o tempo dos Romanos. Com terras de grande extensão para regadio e pastoreio, as parcelas são, geralmente, divididas por lombadas de sequeiro e porções pedregosas.

Clima

Devido à elevada variação de altitude, o concelho de Cinfães apresenta fortes contrastes térmicos e pluviométricos entre o vale do Douro e o topo da Serra de Montemuro. O clima da margem esquerda do vale do Rio Douro é, em geral, temperado: varia constantemente entre 0°C. no limite do Inverno e 30°C. no Verão, sendo moderado nas estações intercalares de Outono e Primavera. A cadeia montanhosa do Montemuro, com rigorosos Invernos de temperaturas negativas, aponta uma média anual de 12,5°C. com ventos moderados em todas as estações. Pela quantidade de água absorvida durante o Inverno e épocas de chuva, o clima é geralmente húmido.

 Demografia

A população do Município de Cinfães tem vindo a decrescer continuamente desde a segunda metade do século XX, designadamente, a partir da década de 1950 (com cerca de 35400 habitantes), facto que pode ser explicado pelos movimentos migratórios que se foram verificando nos períodos de implementação democrática e liberalização dos mercados. Dos elementos mais significativos da segunda metade do séc. (com perdas na ordem dos 9700) subtrai-se a década de 1990 com decréscimo de cerca de 3700 habitantes.
No âmbito da distribuição espacial, ou seja, a densidade relativa dos habitantes de determinada superfície, o Município de Cinfães apresenta uma distribuição heterogénea com tendência de concentração em focos habitacionais rurais e urbanos, com mais atractivos à fixação. Com cerca de 90,4 habitantes por km² (2002), o Município de Cinfães tem uma baixa densidade populacional - apontando um território com elevado potencial natural de cariz turtístico.
População do concelho de Cinfães (1801 – 2011)
180118491900193019601981199120012011
2 6877 12525 63130 08029 75725 61923 48922 42420 427

 Freguesias

As freguesias de Cinfães são as seguintes:
  • Alhões
  • Bustelo
  • Cinfães
  • Espadanedo
  • Ferreiros de Tendais
  • Fornelos
  • Gralheira
  • Moimenta
  • Nespereira
  • Oliveira do Douro
  • Ramires
  • Santiago de Piães
  • São Cristóvão de Nogueira
  • Souselo
  • Tarouquela
  • Tendais
  • Travanca

 Economia

Bestança - Cinfães

O Município de Cinfães, com origem rural e artesanal, está longe de uma cadeia de valor produtivo, apresentando baixos valores de mão-de-obra disponível para a produção de bens e serviços que potenciem o circuito económico. Desta, só cerca de 42% da população subsiste com rendimentos oriundos do seu trabalho sendo que os restantes são dependentes de rendimentos sociais e reformas/pensões. No entanto, pela aptidão para o foco secundário, o Município tinha, em 2003, cerca de 1500 empresas em laboração activa com vantagem para as vocações de comércio a retalho (623), construção civil (308), indústria de transformação (128) e hotelaria/restauração (114).
Como factor crítico de sucesso salienta-se a agro-pecuária com a raça arouquesa. Recentemente, surge o segmento turístico como oportunidade de negócio, designadamente ao nível da gastronomia e vinhos, turismo de natureza (Serra de Montemuro e Vale do Bestança) e turismo náutico (rio Douro), tendo por base a criação de meios complementares de restauração e alojamento, e empresas de desenvolvimento de actividades/desportos.


Informação Turística

Mapa Turístico - Cinfães

Cinfães é de fundação multissecular tendo o primeiro Foral concedido por D. Manuel I, datado de 1 de Maio de 1513. Composto por uma parte serrana e outra ribeirinha, este concelho espraia-se pela vertente norte do dorso do Montemuro. A Serra de Montemuro e o vale do Rio Douro são dois eixos morfológicos determinantes, que conferem a este concelho características paisagísticas de inigualável beleza e diversidade.
A Serra de Montemuro proporciona o acolhimento único das aldeias culturais e tipicamente serranas, como é o caso de Vale de Papas, Bustelo da Lage, Aveloso e Gralheira (entre outras). O Pico do Talegre - elevação rochosa com marco geodésico, assume-se como o ponto mais alto do concelho que, com 1382m, se reveste de paisagens naturais únicas. No Inverno, a chuva abre caminhos serra abaixo, formando cascatas e lagos que, quando a temperatura é negativa, se tornam espelhos de gelo. A neve é também um ponto forte que transforma a paisagem, que sofre assim mutações durante as quatro estações do ano.
O vale do Bestança, que acompanha o Rio com o mesmo nome, exala genuinidade que se revela numa conservação perfeita de património natural, biodiversidade, ruralidade e etnografia inalterados pelo tempo. Os socalcos de pasto e cultura agrícola habilmente molados entre a paisagem, os moínhos de água empedrados, as pontes em madeira local e as casas de pedra com madeira sobreposta, são exemplares únicos da arquitectura popular e tradicional de Cinfães. Neste Vale, repleto de quedas de água e paisagens de inigualável beleza, existe também uma elevada quantidade de vestígios medievais e calçadas pré-romanas que delimitam as rotas e troços pedestres com vocação natural.
Além da caça e pesca como actividades de lazer e ocupação do ócio, Cinfães oferece ainda fantásticas condições para práctica náutica de recreio e competição, sobretudo pela perfeita disposição da Albufeira do Carrapatelo e respectivos pontos de acostagem e amarração: Porto Antigo e Escamarão.

 Museu Serpa Pinto

Museu Serpa Pinto

Situado numa das zonas mais antigas da Vila, na envolvente ao jardim com o nome do ilustre explorador cinfanense, foi inaugurado a 20 de Abril de 2000 e tem contribuído para uma nova dinâmica cultural. O edifício onde funciona actualmente o "Museu Serpa Pinto" - habitação primária do próprio explorador, não teve uma construção de raiz que permitisse elaborar estruturas de cariz museológico. Como tal, o espaço foi reedificado e reorganizado de modo a ser possível criar um museu de conservação, promoção e pesquisa, dentro das dimensões já existentes.
Das exposições patentes, o visitante pode apreciar algum do mais importante espólio que pertenceu ao intrépido explorador cinfanense - Serpa Pinto, como exemplares das primeiras edições dos seus livros, telegramas, objectos pessoais e profissionais, reproduções dos uniformes, etc.; o acervo arqueológico resultante de escavações e investigações realizadas em algumas freguesias do concelho e respeitantes a vestigios da época da expansão do Império Romano; e o legado oriental gentilmente cedido pelo casal cinfanense: Maria Amélia e Isidro Teixeira.
Além destas, funciona no Museu Serpa Pinto, temporariamente, o Posto de Turismo, para promoção e qualquer tipo de informação, bem como a Loja de Artesanato local orientada para o turista e/ou visitante.

 Igreja Românica de Escamarão

Igreja de Escamarão, Souselo - Cinfães

A Igreja de Nossa Senhora da Natividade em Escamarão situa-se na Freguesia de Souselo, que fora nos tempos da época medieval um dos mais importantes Coutos da região.
A Igreja, de estilo Românico e completamente empedrada, foi edificada no local onde existiu um convento dos Cónegos Regtrantes de Santo Agostinho, fundado por volta de 1150. Construída na forma do século XII, possui uma planta longitudinal, composta pela justaposição dos rectângulos da nave e da capela-mor. Tem volumes articulados e disposição horizontal das massas, sendo as coberturas diferenciadas de telhados de uma e duas águas. A Fachada principal tem um portal de acesso de arco apontado com arquivoltas decoradas com flores estilizadas e esferas, apoiadas em impostas, fresta central, mísulas e arco a pleno centro vazado portante de sino. No lado norte da igreja existe um embassamento para nivelamento do piso, duas frestas, uma cachorrada e cornija. Em plano mais recuado, o corpo da nave, composto por rosácea e de recorte angular que a mesmo nível da cachorrada lateral limita o recorte da fachada principal. No lado Sul, o portal de arco é apontado e assente em impostas, mísulas, cachorrada e cornija, estando o corpo da capela-mor também em plano mais recuado composto por fresta, cachorrada e cornija.

 Igreja Românica de Tarouquela

Igreja de Tarouquela - Cinfães

A Igreja de Tarouquela, de estilo Românico e completamente empedrada tem origem nos séculos XII e XIII, mas também se pode inserir no século XVII, por ter sido modificada e remodelada durante esse período. A Igreja apresenta uma planta longitudinal composta e irregular de volumes articulados – nave única, torre sineira, capela-mor e capela adossada ao lado esquerdo da capela-mor. A fachada principal possui um pórtico de arco apontado, seis colunelos com capitéis insculpidos e três arquivoltas. Nas laterais, a igreja tem a torre sineira cega e campanário com arco a pleno centro, com remate em cornija, pináculos e cobertura em pirâmide coroada por bola e cruz metálica. O corpo da capela-mor possui um friso decorado, duas fenestrações de arco apontado, cachorros portantes da cornija, e um existindo óculo polilobado no corpo da capela lateral. O lado sul é marcado pelo corpo da torre sineira e escadaria de acesso. O pórtico lateral tem arco apontado e tímpano, um friso e duas fenestrações de arco apontado sendo a cornija suportada por uma cachorrada. A frontaria nasce do contraforte do cruzeiro sendo rasgada por uma porta ogival de toros e meias canas nas arquivoltas internas. Os modilhões da cornija são decorados com motivos, fito e zoomórficos.

Igreja de S. Cristóvão de Nogueira

Igreja de São Cristóvão - Cinfães

A Igreja, tardo-românica é mencionada nas memórias paroquiais de 1748, nada de empírico se conhecendo em data anterior. Com traça de raiz e origens medievais, este templo foi reformado nos períodos maneirista e barroco. É composto por nave única com coro alto e capela-mor, mais baixa e estreita, e tem uma torre com pináculos e coruchéu. À boa maneira medieval, apresenta muros espessos e poucas aberturas de luz, portais e arcos apontados assentes em impostas salientes com arquivoltas ornadas por esfera e cachorradas, e modilhões de decoração antropomórfica e zoomórfica. No interior da cabeceira há vestígios de uma construção anterior, desaparecida com a reedificação da capela-mor no século XVIII, e no muro do alçado norte está embutido um friso de decoração geométrica - possivelmente da igreja primitiva que lhe deu origem. No exterior, junto ao portal sul, está um cruzeiro. No interior, pode admirar-se tectos de caixotões de madeira com cenas hagiográficas e altares de talha dourada dos estilos nacionais e rococó.

Rio Bestança

Rio Bestança - Cinfães
O O Rio Bestança é um dos maiores exemplos naturais das nossas gerações. Como elemento puro e sem qualquer acção humana que o altere, associa plenamente as suas características naturais aos momentos marcantes da fruição do homem, minimizados a rotas de transumância do gado e aproveitamento da força motriz da água para farinhas e fermentos. A bacia hidrográfica está representada nas cartas 136 e 146 dos Serviços Cartográficos do Exército, enquadrada, na sua totalidade, na área administrativa do Município de Cinfães. Nasce nas Portas do Montemuro, a uma cota de 1229 metros de altitude e corre por encostas e socalcos durante uma distância de cerca de 13,5 km até desaguar nos 100 metros em Porto Antigo, como afluente do Rio Douro.
A abundância de águas dos cursos afluentes, propiciada pelo substrato granítico de todo o vale, inprime uma tonalidade verde natural a todas as margens, habilmente moldadas em socalcos de pasto que transmitem uma riqueza paisagística de enorme valor e potencial atractivo.
É por toda a potencialidade e riqueza do vale, que o curso do Rio Bestança é repleto de vestígios de ocupação dos povos medievais e pré-medievais que, sem qualquer prejuízo para o elemento verde e natural que agora predomina, aqui se instalaram durante muitos anos.

Castro das Coroas

Castro das Coroas - Cinfães

O Castro das Coroas foi um povoado fortificado cuja ocupação pode remontar à Idade do Bronze. Como aliás era característica a sua implantação em pontos altos e estratégicos, foi edificado num outeiro sobranceiro à margem direita do Rio Bestança. Intensamente romanizado durante o século I D.C., conserva ainda um conjunto de torreões e as quatro linhas de muralha, sendo que a segunda e a terceira são em aparelho poligonal.
A estação arqueológica abrange uma área de relativa amplitude, com cerca de seis hectares e no prímetro do espaço, repleto de elementos medievais, encontram-se ainda algumas gravuras rupestres, um forno cerâmico e duas furnas abertas nas rochas.
No espaço intra-muros, ou seja, dentro das muralhas internas, desenvolveram-se as áreas habitacionais e quotidianas. É aqui, no centro da edificação, que se encontram ainda alguns elementos infra-estruturais de configuração rectangular simples e de reduzidas dimensões que seriam não mais que pequenos abrigos para intempéries.

Muralha das Portas do Montemuro

Muralha das Portas - Cinfães

Na zona de cumeada da Serra de Montemuro onde nasce o Rio Bestança, junto ao local denominado pelas várias gerações de "Portas", apresenta-se uma gigantesca e estranha muralha empedrada com uma ocupação de cerca de cinco hectares por entre as rochas da montanha, com várias edificações dispersas.
Muito se tem dito sobre esta construção e outras similares que sugem nas imediações, mas desconhece-se com rigor a função e cronologia do espaço e envolvente, restando as várias teorias que tentam justificar a sua existência.
Entre elas, diz-se que o espaço - associado à transumância do gado por calçada de pedra que passa nas imediações, serviria para protecção do gado no surgimento de ataques selvagens, invasões humanas ou de intempéries imprevistas. Outra das hipóteses aponta para uma marca de território a funcionar como portagem ou alfândega entre dois espaços divergentes. À parte as teorias, não foram, até à data e em pequenas intervenções de emergência, encontrados vestigios arqueológicos na área, nem se conhecem quaisquer registos destas estruturas.

 S. João

S. João - Cinfães
 
 

A Câmara Municipal de Cinfães assume, anualmente e com toda a honra, a organização das festas do Concelho em honra do padroeiro S. João.
Durante os dias que antecedem, a autarquia prepara um programa culturalmente arrojado e com a presença de vários dos melhores artistas nacionais, que, durante quatro dias, enchem a Vila com os milhares de habitantes, visitantes e turistas que se deslocam pela forte atracção do evento.
Os festejos, que são já uma referência na região, têm o ponto alto na noite de 22 para 23 de Junho, com o tradicional desfile das marchas populares que conta, normalmente, com a participação de cinco freguesias do Concelho, escolhidas aleatóriamente durante os anos que vão correndo. Cada uma delas, incorpora uma qualquer temática à sua escolha, desfilando uma coreografia para os habundantes espectadores.
À animação cultural de renome, junta-se as acções tradicionalmente subjugadas ao S. João, como os festejos religiosos e procissão em honra do padroeiro, a cascata Sanjoanina, a largada de balões, o efusivo espectáculo pirotécnico, e os tradicionais grelhados de carne e peixe, que tão bem animam as ruas da Vila. As chegadas de publico externo são cada vez mais um factor em crescimento, o que reforça a ideia de aposta conjunta numa acção de forte poder atractivo pela mostra das tradições e raízes que melhor nos caracterizam.

Feira de Artesanato, Gastronomia e Vinho Verde

FAGVV - Cinfães
 

As vertentes que mais se destacam e que mais enriquecem o cartão de visita de Cinfães são, sem dúvida, o artesanato e a gastronomia regional.
Na gastronomia, o cabrito assado no forno de lenha, os torresmos, o arroz de lampreia e a posta arouquesa, são algumas das inúmeras ofertas que se regam com o famoso vinho verde de Cinfães.
Já na doçaria tradicional, é obrigatório provar os doces de manteiga (matulos), a sopa seca, os formigos, e as falachas de castanha pilada.
No artesanato, destaque para a cestaria, os correeiros e tamancos em cabedal ou madeira, e referência também para a latoaria, a tecelagem e a chapelaria, entre outros de semelhante valor.
Tudo isto pode ser apreciado e aproveitado ao longo do ano, especialmente no Verão, aquando da Feira de Artesanato, Gastronomia e Vinho Verde.
Um evento gastronómico e de mostra artesanal, com infindáveis valências de restauração e animação, e onde qualquer grupo ou família pode experimentar os mais diversos pratos locais – a cargo de três restaurantes de excelência, e degustar o vinho verde da região - pela orientação de nove produtores locais.